domingo, 28 de setembro de 2014

1° CONGRESSO INTERNACIONAL DE PSICOLOGIA JURÍDICA

Nos dias 8, 09, 10 e 11 acontecerá na cidade de João Pessoa - PB o 1° Congresso Internacional de Psiologia Jurídica, sob coordenação geral da professora Drª Aline Lobato, Presidente da associação Brasileira de Psicologia Jurídica (ABPJ) e sob coordenação setorial da professora Drª Marília Lobo (Vice presidente da ABPJ), do professor Dr° Valdiney Gouveia (Comitê ciêntifico da ABPJ), da professora Drª Kalila Barbosa (secretária da ABPJ) e da professora Drª Carmen Gaudêncio (tesoureira da ABPJ). Na coordenação regional estão a Drª Livia Tartari, Dr. Ruy Mateus e o Dr. Paulo Eduardo Bezerra (Região Sudeste); Drª Sônia Rovinski, Drª Cristina Maria Kurowski e a Drª Vivian de Medeiros Lago (Região Sul); Drº Fernando de Jesus Souza (Região Centro-Oeste); Drº Elton Alves Gurgel, Drª Denise Moreira de Aguiar (Região Nordeste) e Drª Gilce Tereza Gondim Távora de Albuquerque, Dr° Altiere Ponciano (Região Norte)

O evento acontecerá na Academia de Ensino e Polícia Civil da Paraíba (ACADEPOL), Rodovia Ministro Abelardo Jurema, PB 008, KM 07, Jacarapé - João Pessoa (poderá haver mudanças), próximo ao Centro de Convenções de João Pessoa. O evento tem por principal objetivo apresentar e discutir os objetivos e aplicações da Psicologia Jurídica, assim como apresentar e discutir os objetivos e aplicações das subáreas da Psicologia Jurídica, a saber, Psicologia Forense, Psicologia Criminal, Psicologia Penitenciária, Psicologia Investigativa. Para maiores informações, disponibilizo o site do evento: 

http://www.congressointernacionalpsicologiajuridica.com/

O meu objetivo maior é falar um pouco mais sobre os profissionais que estarão encabeçando este grande evento. Serão 4 dias de discussão com grandes renomes mundiais nas áreas de Psicologia Investigativa, Psicologia Forense, Psicologia Criminal, Psicologia Penitenciária e de áreas que  fazem interface com a Psicologia Jurídica como a Criminologia, Direito Penal, Criminalística, Perícia Criminal, Psiquiatria Forense e Sociologia Forense. A seguir falarei um pouco mais de alguns desses profissionais, não descartando a importância de todos os outros que também estarão no evento.

Drª ALINE LOBATO


A professora Doutora Aline Lobato é a atual presidente da Associação Brasileira de Psicologia Jurídica (ABPJ), a Associação Brasileira de Psicologia Jurídica (ABPJ) é uma instituição científica e profissional que congrega psicólogos e demais profissionais que atuam no campo jurídico ou tem interesse em temas do âmbito das relações entre a Psicologia, o Direito, a Justiça e a Lei. Aline é Doutora e Mestre em Investigative Psychology (Psicologia Investigativa) pela Universidade de Liverpool Inglaterra. Professora Titular da Universidade Estadual da Paraíba UEPB nos departamentos de Psicologia e Direito. Membro da Pró-Reitoria de Pós Graduação da UEPB, Coordenadora do Curso de Especialização em Direito Penal e Processual Pena e de Curso de Especialização em Segurança Pública da UEPB. Membro da coordenação e professorado Curso de Especialização em Criminal Profiling da IBEPJ, Ribeirão Preto-SP. Professora do Curso de Especialização em Psicologia Jurídica e de Investigação da UNICLASS e IN - CURSOS, Goiânia GO.Professora do Curso de Especialização em Criminologia e Psicologia Investigativa da UNIPE, João Pessoa - PB. Professora do Curso de Especialização da Polícia Militar do Estado da Paraíba - SESP, João Pessoa PB. Vistoriadora do Conselho Federal de Psicologia. Presidente da Associação Brasileira de Psicologia Jurídica - ABPJ. Ministra vários cursos no Brasil,para a Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Federal, Escolas de Magistratura, Fóruns, Secretarias de Segurança, Faculdades de Psicologia e Direito. Vários trabalhos apresentados em Congressos Internacionais e Nacionais. Áreas de estudo e pesquisa: Comportamento Criminal, Perfil dos Criminosos e Investigação Criminal, dentre outros.


DAVID CANTER 


A adoção de perfis criminais na Grã-Bretanha  chegou de forma quase acidental. David Canter era professor de psicologia aplicada na Universidade de Surrey quando foi convidado para um almoço da Scotland Yard, em Londres, em novembro de 1985. Lá ele questionou com dois ótimos detetives se as ciências comportamentais poderiam contribuir com as investigações policiais.
Dois meses mais tarde, Canter leu uma manchete no jornal londrino Evening Standart que descrevia uma série de 24 abusos sexuais ao longo dos últimos quatro anos. O artigo afirmava que os investigadores acreditavam ser obra do mesmo criminoso, embora às vezes tivesse um comparsa. Usando o jornal como sua fonte, Canter elaborou uma tabela com os eventos e as datas em que tinham ocorrido, separando aqueles que envolviam dois assaltantes daqueles onde tinha apenas um.

 Mapping Murderer - Livro de autoria de David Canter

Chegou a conclusão de que os casos em que o indivíduo agiu sozinho tinham sido pouco tempo atrás, enquanto os crimes dos dois atacantes eram bem mais antigos.

Para a sua surpresa, alguns meses mais tarde, Canter foi convidado para uma conferência de alto nível na Academia de Polícia Hendon no norte de Londres para discutir a investigação. Estando lá, soube que três autoridades policiais estavam envolvidas no caso, porque dois assassinatos - além dos abusos sexuais - também eram investigadores.

 Criminal Shadows - Livro de autoria de David Canter

A evidencia forense e certos aspectos incomuns da cena do crime levaram a polícia a concluir que os estupros e os assassinatos tinham sido cometidos pelo mesmo homem, apelidado de "Estuprador da Ferroviária" pela imprensa. Para a surpresa maior de Canter, perguntaram se ele ajudaria a polícia na investigação.

No decorrer da investigação, quatro meses tinham se passado quando Canter recebeu um telefonema do sargento encarregado do inquérito: "Não faço a menor ideia de como você fez isso, mas o perfil que você forneceu era muito preciso". John Francis Duffy foi preso e acusado pelos crimes

Graças ao perfil de Canter, Duffy foi para o topo da lista de suspeitos. No seu julgamento, foi considerado culpado por quatro estupros e dois homicídios - a evidência no terceiro assassinato foi considerada insuficiente - e foi condenado a 30 anos de prisão.

A contribuição de Canter o caso de Duffy obteve uma repercussão enorme, o que o levou a participar em uma série de casos posteriores.

John Francis Duffy - O assassino da rodoviária



Dr° ANTÔNIO DE PÁDUA SERAFIM

O Doutor Antônio de Pádua Serafim (UFPB - 1992), possui mestrado em Neurociências e comportamento pelo Instituto de Psicologia (IPUSP, 1999), também possui doutorado em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP (2005); Especialização em Psicologia Hospitalar pelo Hospital das Clínicas HCFMUSP (1994). Antônio de Pádua é Psicólogo Supervisor no Serviço de Psicologia e Neuropsicologia e Coordenador do Programa de Psiquiatria e Psicologia Forense (NUFOR) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (IPq/HCFMUSP). Docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Área de pesquisa: Saúde Mental e Violência, Psicologia Forense e Neuropsicologia. Para quem assiste ao programa Investigação Criminal no Canal A&E, certamente já viu o Dr° Antônio de Pádua discutindo alguns casos.


Artigos completos publicados em periódicos


1.    NASCIMENTO ; SERAFIM, AP . Psicopedagogia e Psiquiatria: possibilidades de cooperação. Psicopedagogia (São Paulo), v. 29, p. 273-276, 2012.

2.    Acha, MFF ; RIGONATTI, Sérgio Paulo ; SAFFI, F. ; Barros, DM ; SERAFIM, AP . Prevalence of mental disorders among sexual offenders and non-sexual offenders. Jornal Brasileiro de Psiquiatria (UFRJ. Impresso), v. 60, p. 11-15, 2011.

3.    SERAFIM, AP ; SAFFI, F. ; Acha, MFF ; Barros, DM . Dados demográficos, psicológicos e comportamentais de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. Revista de Psiquiatria Clínica (USP. Impresso), v. 38, p. 148-152, 2011.

4.    Santos DCD ; Dias JS ; Pereita MBM ; Moreira TA ; Barros, DM ; SERAFIM, AP . Prevalência de transtornos mentais comuns em agentes penitenciários. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, v. 8, p. 33-38, 2010.

5.    SERAFIM, AP ; SAFFI, F. ; RIGONATTI, Sérgio Paulo ; CASOY ; Barros, DM . Perfil psicológico e comportamental de agressores sexuais de crianças. Revista de Psiquiatria Clínica, v. 36, p. 101-111, 2009.

6.    Barros, DM ; SERAFIM, AP . Parâmetros legais para a internação involuntária no Brasil. Revista de Psiquiatria Clínica (USP. Impresso), v. 36, p. 168-170, 2009.

7.    SERAFIM, AP ; Barros, DM ; VALIM, A. C. ; Gorenstein C . Cardiac response and anxiety levels in psychopathic murderers. Revista Brasileira de Psiquiatria (São Paulo), v. 31, p. 214-8, 2009.

8.    SERAFIM, AP . Fundamentos da perícia psicológica na área forense. Revista Jurídica Logos, v. 1, p. 117-128, 2009.

9.    Barros, DM ; SERAFIM, A. P . Association between personality disorder and violent behavior pattern. Forensic Science International, v. 179, p. 19-22, 2008.

10.    SERAFIM, A. P . Impulsos que levam ao homicídio. Ciência Criminal, v. 3, p. 16-21, 2007.


                Psicologia e Práticas Forenses - Antônio de Pádua Serafim e Fabiana Saffi


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O ASSASSINO DO ZODÍACO (DARLENE FERRIN e MIKE MAGEAU)

Faz 45 anos (faltando alguns meses para 46), que a senhorita Nancy Slover , recebeu a ligação mais importante de sua vida, e não era de um namoradinho apaixonado ou um pedido de casamento. Por volta das 0h40, uma voz sussurrante, calma e fria comunicou-a sobre um duplo homicídio. Nancy era a operadora da central telefônica de polícia de Vallejo naquele momento. Oferecendo detalhes de um crime horripilante, a voz da pessoa no outro lado da linha era ameaçadora, firme e forte, impedindo que a telefonista conduzisse o diálogo. Para a surpresa de Slover, aquele não era um simples comunicado, mas uma "confissão", pois logo ela percebera que estava conversando com o autor do "duplo homicídio". Segue um trecho do diálogo de forma fragmentada:

"Quero informar um duplo assassinato. [...] Se vocês andarem 1 quilômetro e meio para leste, na Columbus Parkway, em direção ao parque público, vão encontrar jovens num carro marrom, [...] Eles foram mortos com uma Luger 9 mm. Eu também matei aqueles garotos no ano passado. Adeus."

Segundo Nancy declarou posteriormente, a voz do homem não enfatizava as palavras e pareceu a ela que ele estava lendo o que dizia  ou que tinha ensaiado aquilo (E eu realmente acredito que ele havia feito isso, pois um assassino inteligente como foi o Zodíaco, provavelmente não ligaria para a polícia sem que antes pensasse, mesmo que de forma mínima o que iria dizer, talvez mesmo antes de cometer o ataque, com cautela, evitando cometer deslizes) e quando disse "adeus" sua voz ficou mais profunda e ameaçadora. 


Nancy Slover (Operadora da polícia 
de Vallejo na época do ataque à Darlene 
Ferrin e Mike Mageau)

O que ocorreu naquela sexta feira-feira, 4 de julho de 1969

O quatro de julho nos Estados Unidos marca a declaração de independência de 1776, ano em que as treze colônias declaram a separação formal do império Britânico. É o feriado mais festejado dos Estados Unidos e geralmente é celebrado com muita atividade ao ar livre, jogos de beisebol e espetáculos de fogos artificiais.
 Foi nesse cenário que Darlene Ferrin saiu de casa dando a desculpa de que iria comprar fogos de artifício para a festa de 4 de julho. Darlene era vista como uma pessoa bem sociável e extrovertida, segundo relato de amigos e parentes.

                 Na foto - Darlene Ferrin, tinha 22 anos quando se dirigiu 
                              à  Blue Rock Springs jutanmente com Mike Mageau, um amigo.


Ao contrário do que disse, Darlene não foi comprar os fogos; mas saiu imediatamente para a casa de Mike. Darlene parou o carro, desligou o motor e aguardou. Pouco depois, Mike saiu da casa tão apressado, que deixou todas as luzes acesas, a porta aberta e a TV ligada. Darlene deu a partida no carro impacientemente e logo assim que saiu, passou a ser seguida por um carro de cor clara, que estava estacionado nas sombras da rua arborizada. Mike avisou Darlene de que estavam sendo seguidos, ela por sua vez, acelerou em direção à rua Oakwood, virando à direita para a Springs Road, indo até a Columbus Parkway. Já eram 23h55 e o carro continuava acelerando na direção deles em grande velocidade. 

Ainda dentro dos limites da cidade, e a 6,5 quilômetros do centro de Vallejo, acabaram sendo conduzidos inconscientemente para o campo de golfe conhecido como Blue Rock Springs, que era um local onde casais iam frequentemente.



                       Blue Rock Springs (foto um pouco mais atual), local onde Darlene Ferrin 
   e Mike Mageau foram alvejados. Darlene chegou morta ao hospital às 0h38.
Mike sobreviveu ao ataque.


O que se deu posteriormente foi o "inicio" (vejam que o início está entre aspas) de um mistério que se prolonga até os dias de hoje. 


Após chegarem à Blue Rock Springs, Darlene parou o seu Covair e o outro automóvel parou logo em seguida, ficando emparelhado ao carro da moça. Imersos na escuridão, o veículo perseguidor desligou as luzes e ambos ficaram ali parados por alguns minutos, o que fez com que Mike pudesse observar alguns detalhes do condutor. Percebeu que era uma pessoa do sexo masculino e também alguns detalhes físicos, mesmo com dificuldade por conta da ausência de luz. Logo em seguida, o carro do perseguidor, sem dar nenhum aviso, partiu em disparada em direção à Vallejo, o que deu um certo alívio a Mike, que em seguida perguntou se era algum conhecido de Darlene, porém, ela não deu nada a entender, agindo apenas de forma estranha. (É provável que ela o conhecesse, pela forma como estava agindo naquele dia, pelo diálogo com Mike e pelas coisas que posteriormente a policia e outras pessoas descobriram; mas abordarei isso com mais detalhes nas curiosidades sobre o caso.)

O que parecia ser apenas um episódio isolado, tornou-se um pesadelo para Darlene e Mageau nos instantes que iriam se seguir. Cinco minutos depois, o carro retornou, estacionando do lado esquerdo em que os amigos estavam. Mike, acreditando que se tratava apenas de um policial, pois o homem avançou em direção à eles com o foco de uma lanterna, ora para o rosto de um, ora pro rosto do outro (o que era um procedimento comum da polícia); Mike sugeriu que Darlene pegasse a sua identidade. Aquela luz forte fazia com que ficasse impossível o reconhecimento do desconhecido. E foi assim, que sem dar nenhuma palavra, o sujeito disparou com a sua Luger 9mm, deferindo disparos contra o casal inúmeras vezes. Darlene foi atingida 9 vezes (duas balas a atingiram no braço esquerdo e duas no braço direito. Cinco a atingiram no lado direito das costas, perfurando o pulmão e o ventrículo esquerdo do coração.) 

Mike Mageau (na foto) - tinha 19 anos na época em 
 que foi atacado, iria completar 20 em outubro daquele 
  ano e talvez naquele momento não acreditasse que passaria 
dos 19, mas sobreviveu aos disparos.


 Mike Mageau aos 44 anos, em agosto de 1993.  


Mike Mageau sobrevive, mas Darlene não. Apesar da dor por conta dos disparos, Mike fingiu-se de morto até que o seu agressor deixasse o local. Muito ferido na perna esquerda e no pescoço, passou com muita dificuldade para o banco da frente, pois havia "pulado" para o banco de trás no momento em que o atirador estava efetuando os disparos. Abriu a porta do passageiro e do lado de fora deixou-se cair do automóvel no chão do estacionamento. O sangue escorria por sua face e por seu pescoço; uma das balas havia entrado pela bochecha direita e saído pela esquerda, abrindo um buraco através do maxilar e da língua. No estado em que estava não conseguia sequer pedir socorro, apenas conseguia ouvir Darlene gemendo no banco da frente.

Posteriormente, em uma tacada de sorte, três adolescentes estavam procurando por um amigo no local. Viram o automóvel de longe e decidiram ver se o amigo estava nele, mas logo depois desistiram. Já estavam indo embora quando finalmente ouviram um grito abafado vindo dele. Quando foram verificar encontraram Mike e Darlene cobertos por muito sangue. Foi então que ligaram para a polícia e pediram ajuda.



Luger 9mm (Na foto) - Arma utilizada pelo Zodíaco em algumas de suas ofensas. É também conhecida como Parabellum e é exclusivamente semiautomática. Foi a arma regulamentar do exercito alemão na primeira guerra mundial e de larga atuação também na segunda guerra. Ainda é adotada por forças armadas de alguns países, por suas destacadas propriedades balísticas, não obstante a tendência atual para armas menos volumosas. Foi com esta arma que Darlene Ferrin foi assassinada e Mike Mageau foi gravemente ferido.

A carta

Após todos os levantamentos preliminares feitos pela polícia e quase um mês depois dos ataques ao casal, a primeira carta do assassino de Vallejo apareceu, assinada apenas com um círculo cortado por uma cruz. O envelope que chegou ao São Francisco Chronicle apresentava um carimbo do correio de São Francisco e tinha 2 selos de 6 centavos, com a efígie de Roosevelt, colocados verticalmente um acima do outro. A carta era fria e ameaçadora. Junto dela, havia a terça parte de um criptograma impresso com perfeição, composto de símbolos estranhos. Estava endereçada ao editor. Nela, o autor assumia a responsabilidade pelas mortes de David Faraday, Betty Lou Jansen e o ataque a Darlene Ferrin e Mike Mageau. A carta, escrita com uma caneta azul de ponta porosa, dizia:

Caro Editor
Aqui é o assassino dos
2 jovens no último Natal
No Lago Herman & da moça
no dia 4 de Julho perto do
campo de golfe em Vallejo
Para provar que os matei Eu
vou contar alguns fatos que 
só eu & a polícia conhecemos.
Natais
    1. Marca da munição
    Super X
    2. 10 tiros foram disparados
    3. O jovem estava de costas
    com os pés apontados para o carro
    4. a jovem estava deitada sobre o lado
    direito com os pés voltados para Oeste.
4 de Julho
    1. a jovem estava usando
    calças estampadas
    2. o jovem foi baleado também
    no joelho.
    3. marca da munição foi
    western
    (cambio)
Aqui está a parte de um código as
outras 2 partes desse código
estão sendo enviadas aos editores
do Vallejo times & do SF Examiner.

Quero que o senhor publique esse código
na primeira página do seu
jornal. Nesse código está minha
identidade
Se o senhor não publicar esse código
até a tarde da sexta-feira, 1° de
ago de 69, vou iniciar uma matança
louca sexta-feira à noite. Vou perambular
todo o fim de semana matando pessoas
solitárias à noite e continuar
matando de novo, até que eu tenha
uma dúzia de pessoas no
fim de semana.


Primeiro Código Decifrado

Primeiro código enviado pelo assassino juntamente com a carta ao Chronicle e Times-Herald

O Examiner-Chronicle decidiu publicar a terça parte do estranho código que haviam sido encaminhados pelo assassino ao Chronicle e Times-Herald na sua edição de domingo (03/08/1969) e pela primeira vez a mensagem inteira foi toda vista.
Donald Gene Harden, 41 anos, que era professor de história e economia na escola North Salinas, interessava-se desde criança pela decifração de códigos, de forma que naquele dia leu o jornal com redobrado interesse. Decidiu brincar com o criptograma. Foi até a estante e pegou o seu velho volume de interpretação de códigos. No final da terceira hora de trabalho, a sua mulher Bettye se prontificou para ajudá-lo. Depois de muita luta e de 20 horas dedicadas ao processo de decifração do criptograma, ele foi revelado. Seque a mensagem na íntegra:

GOSTO DE MATAR PESSOAS
PORQUE É MUITO DIVERTIDO
É MAIS DIVERTIDO DO QUE
MATAR ANIMAIS SELVAGENS NA
FLORESTA PORQUE
O HOMEM É O ANIMAL MAIS
PERIGOSO DE TODOS PARA MATAR
ALGUMA COISA ME DÁ A 
MAIS EMOCIONANTE EXPERIÊNCIA
É MELHOR ATÉ DO QUE
FAZER SEXO COM UMA GAROTA
A MELHOR PARTE DISSO É QUE
QUANDO EU MORRER RENASCEREI
NO PARAÍSO E OS QUE EU
MATEI SE TORNARÃO MEUS ESCRAVOS
NÃO VOU DIZER O MEU NOME
SENÃO VOCÊS VÃO TENTAR RETARDAR
OU DIFICULTAR MINHA COLEÇÃO DE 
ESCRAVOS PARA DEPOIS DA MORTE


 O Crime retratado nas telas


 Cena do filme Zodíaco que retrata os ataques a Ferrin e Mageau.

No filme Zodíaco (2007), dirigido por David Fincher; Darlene Ferrin (Interpretada por Ciara Hughes) vai até à casa de Mike Mageau (Interpretado por Lee Norris) dirigindo o seu Covair. Toda a perseguição anterior aos ataques não é retratada, de forma que Darlene e Mike parecem mais um casal saindo para namorar. Apesar de o filme ser baseado no livro homônimo de Roberth Graysmith, que talvez seja a obra literária mais detalhada sobre o caso, essa falta de profundidade é compreensível, já que não há como explorar todos os fatos de forma detalhada em um filme. É possível ver também a queima de fogos, apesar de não haver nenhuma menção à toda a festividade do 4 de Julho nos EUA. O longa também não mostra como eles foram encontrados pelos adolescentes após o ataque, sendo este seguido por uma rápida cena de ajuda policial e a posterior ligação que o assassino faz à Nancy Slover. Há 3 filmes (que eu conheço) que retratam o caso Zodíaco: Perseguidor implacável (1971), O Zodíaco (2005) e Zodíaco (2007). De todos estes, o último é o melhor pra mim, pois o acho bem mais "fidedigno" ao caso.

        Cena do filme Zodíaco que retrata os ataques a Ferrin e Mageau.


CURIOSIDADES SOBRE O CASO 

- Darlene Ferrin, pouco antes de ser assassinada, vinha sendo perseguida por um indivíduo de aparência estranha. Ele a seguia e ela sempre ficava muito tensa quando ele estava por perto. As suas amigas percebiam o seu nervosismo e perguntavam quem era o homem, mas ela apenas dizia para elas nunca se aproximarem dele. Posteriormente, uma de suas conhecidas revelou para a polícia que Darlene (segundo ela própria) havia dito ter presenciado aquele homem matar uma pessoa.

- Após efetuar os disparos nas vítimas, o assassino fez uma ligação para o departamento de polícia de Vallejo e fez a confissão de que, segundo ele, teria feito um duplo assassinato. Os investigadores de polícia conseguiram identificar a cabine telefônica, após o rastramento da linha, para a surpresa de todos a ligação tinha sido feita da estação Joe´s Union, na rua Tuolumme com a Springs Road, bem em frente à delegacia de polícia de Vallejo e de onde se podia ver a casa verde de Darlene. Posteriormente, Dean (marido de Darlene), seu irmão e o seu pai haviam recebido cada um uma ligação em menos de uma hora e meia depois de ela ter sido baleada. Em todas as ligações, ouvia-se apenas uma respiração ofegante. Assim, houve três ligações anônimas para parentes de Darlene. Será que o assassino a conhecia?

- Uma das coisas perturbadoras para o agentes de polícia era que Darlene saíra para comprar fogos de artifício na noite do dia 04; mas, ainda assim, sua irmã dizia que ela já tinha levado os fogos. Quando Darlene foi encontrada, ela não tinha nem os fogos e nem o dinheiro para comprá-los e apenas 13 centavos foram encontrados na sua bolsa. Informações passadas para a polícia dão conta de que ela foi até à casa de Mike e lhe disse que iam soltar fogos na casa dela e pediu que ele fosse com ela comprá-los. Havia quiosques vendendo fogos em toda a cidade. Estranho, não?! 

- Mike estava usando três calças e três camisas em uma noite de verão, o que não é de costume. Como tantos outros detalhes do caso, isto permanece sem explicação.

- Quando a polícia chegou para checar o local, logo após os dois terem sido baleados, perceberam que a maçaneta interna da porta do passageiro do Covair havia sido retirada. Porém, uma das coisas mais surpreendentes e inexplicáveis foi que, depois de o casal ter sido encontrado em Blue Rock Springs, depois de terem sido levados para o hospital e depois de a polícia ter cercado a área, a maçaneta que havia sido retirada fora misteriosamente recolocada.

- Em 1991, passados anos de investigação, Mike Mageau se reúne com a polícia e através de uma identificação fotográfica, aponta Arthur Leigh Allen, o suspeito número 1 da polícia como sendo o seu agressor naquele dia 04 de julho de 1968. Porém, Allen, teve um ataque cardíaco e morreu 2 dias antes do Departamento de polícia de Vallejo conseguir um mandato para intimá-lo. Em 2002, o DNA de Allen foi comparado ao DNA de uma das cartas do Zodíaco e o resultado não foi compatível, porém a polícia não o descarta como suspeito. O caso continua sem solução.